segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O Fantástico faz bem?

Gente, como é possível a emoção germinar, de repente, durante um furtivo pensamento? Foi assim, domingo desses, assistindo a uma matéria no Fantástico que as lágrimas desceram sem avisar. Vi ali, naquele texto e na experiência de um menininho de oito anos - o Enzo, que fez uma cirurgia para voltar a andar -, minha vida passar em 3D. Obviamente, a matéria era carregada de emoção pelo contexto no qual estava enredada.

Mas minha frestas da memória e do coração foram se abrindo enquanto enxergava aquele garotinho passar por coisas parecidas com as quais tive que trilhar na mesma idade dele, inclusive. Meu sentimento nasceu não do sofrimento de ter experimentado cirurgias e pós-operatórios para corrigir problemas ortopédicos raros, mas sim, de tomar a mais pura consciência de que segurando minha mão, limpando minhas lágrimas, me levando de táxi ou de carona para cima e para baixo (pois nunca tivemos carro em Brasília) desde que nasci, estava sempre, sempre, minha mãe. Essa mulher hoje turrona, difícil, teimosa, que fala grosso quando quer, mas que sabe amar como ninguém foi e é a pessoa mais importante da minha vida. Enquanto me enrolava em pequenos ou maiores problemas de saúde, era ela quem me tirava de cada um, com o cuidado que só as mães conhecem.

Claro que sabemos dessa condição materna, mas, só aos 38 anos, vendo a revista virtual da Globo, tive o lampejo profundo de quão é verdadeiro esse sentimento que nos une. Mais do que depressa, me invadiu a alma uma onda de imensa gratidão e de felicidade desencadeando um choro compulsivo. Na mente, passavam as imagens de tudo o que ela fez por mim a vida inteira, me acarinhando tanto em momentos de fragilidade, quanto de alegria.

Lembrei de quando construiu, com suas mãos de professora de Artes Industriais, uma casinha de boneca, um dos muitos sonhos que acalentei e ela realizou. Para tudo fazia surpresa, guardava mistérios, tecia fantasias, estimulando minha imaginação e adorando assistir às minhas reações. Sua boca era um túmulo, nunca deixava escapar antecipadamente o segredo do presente, do passeio, da viagem, ou da visita de alguém querido. Foi bom, pois, quando chegava a hora, minha alegria ia ao extremo e os batimentos cardíacos retumbavam no peito como um bumbo descompassado. A Páscoa sempre tinha o coelho escondido em algum lugar da casa. Aguçava tanto minha mente, que até hoje, já adulta, juro ter visto um baita coelhão, de madrugada, escondido embaixo da minha cama, agarrado com a cesta de chocolates. (Há quem diga que já era o Xistian, ensaiando para no futuro me roubar as guloseimas pascoais. Hehehehe...) Ela me deu os melhores brinquedos, me presenteou com uma cabana de verdade, depois de me ver fazer tantas e tantas com cobertores e redes, presas por cabos de vassouras, nas poltronas da sala. Recordo-me de ser imperativa nos temas de casa e em insistir para que fosse boa aluna e, por ela, fui. (Pena o feito ter durado tão pouco...).

Quando estive no hospital, por vezes (algumas quase abandonando a vida), foi ela e só ela, que estava lá, lutando por mim. Lembro de entrar na sala de cirurgia e ter como a última imagem, o rosto dela. Depois, na recuperação, me dando força nas fisioterapias, bronqueando quando fazia tudo errado, o que contribuiu para que nunca, nunca mesmo, fosse mimada. Até de vara cheguei a apanhar (duas vezes), de tão peralta que era, mas agradeço cada palmada, chineladas “havaiânicas”, beliscões e puxões de cabelo os quais sei, foram dados por amor e nada mais. Assim como os incontáveis castigos dos quais fui refém na infância e na adolescência. De repente, me toquei que essa mulher guerreira, a qual tanto admiro, que fez muito por diversas pessoas também, infelizmente sem ser valorizada, é minha mãe e só minha. Fiquei tão agradecida por pertencer a ela, ter vindo “de suas entranhas”, como diz o Xistian sobre sua progenitora. Ao pensar sobre tudo isso, chorava e me sacudia, mas de pura felicidade por ainda tê-la, do meu ladinho. "És parte ainda do que me faz forte...", já dizia meu xará, o Russo.

Depois de ter que explicar ao preocupado namorado o surto repentino, corri ao telefone e agradeci a ela por tudo, disse que a amo muito e que sem ela nada seria. Ela é minha vida, meu tudo, quero cuidar dessa mulher todo dia e lhe dar carinho, afeto, beijinhos e abraços. Na outra ponta da linha, como resposta, emoção. Disse-me reciprocidades e fortalecemos os votos de mãe e filha. Ufa, como às vezes, faz bem assistir ao Fantástico.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

NADA DE AFLIÇÕES...



Hoje não sei o que me aflige. Apenas o que me deixa feliz e, nesse quesito, os itens são infinitos. Afligem-me muitas coisas, assim mesmo, no plural. Talvez, por isso, não saiba o singular dessa questão. O tempo, pontual e atleta que não para de correr, é um dos motivos para certas angústias. Também sofro pelo incerto futuro, pelas escolhas, por engolir pererequinhas diárias, por ainda, a essa altura do campeonato, ser incapaz de aprender a dizer não, daqueles enfáticos, sabe? No máximo, balbucio um não tremido, sem força, cheio de sinuosas curvas e de suspiros. Medo terrível de perder minha mãe, meu amor e meus amigos.

No entanto, deixando de lado aflições e angústias naturais do ser humano, posso bradar, com todas as letras e sons, que sou sim, e muito, feliz. Meu namorado, jornalista como eu, o Christian Bueller, para a massa e Xistian, para mim e alguns amigos, assina uma coluna semanal no Correio de Gravataí, às sextas-feiras. A de hoje (27/08/2010) versa sobre a felicidade e nos força a refletir sobre nossas reclamações diárias, muitas vezes, despropositais. Ele se inspirou em uma doce menininha, a Amanda, que é prisioneira dos próprios sentimentos, já que uma síndrome a impede de sorrir e de chorar. A pequena não pode nem contar com as pernas para correr e extravasar alegria ou tristeza, tampouco com os braços, que lhe faltam desde o nascimento. Ainda assim, isso nunca foi empecilho para chegar aos 12 anos, mesmo com dificuldades, e ter um dos melhores abraços do mundo, segundo relato do Xistian (cujo abraço eu considero o melhor do mundo, já que o de Amanda ainda não experimentei). Mesmo que tenhamos lá nossos percalços no dia-a-dia, é mais que importante perceber o lado positivo de tudo o que nos cerca, pois tem gente envolta em situações muito mais sérias e complicadas que as nossas.

Perto dela, tenho vergonha de revelar alguma tristeza ou reclamar que tenho problemas. Meu umbigo berra, em alto e bom som, que tenho mais é que agradecer, pois sou imensamente feliz por ser exatamente quem sou. Quem puder ajudar a Amandinha que sorri com o coração pode ligar para 3486-2252 (Raquel) ou 9189-0571 (Elizete). Quem quiser ler a matéria, tem que pesquisar no site do Correio de Gravataí, edições anteriores do dia 25 de agosto. A coluna sobre a felicidade é do dia 27 do mesmo mês. Deixemos nossos corações mais felizes ajudando alguém, comecemos pela amada Amandinha.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Provando do próprio veneno...

Gente!!!

Estou em falta, eu sei bem disso! Mas as ideias estão aqui, pulando, só falta expulsá-las, devidamente, para a tela. Aguardem mais um pouquinho que já, já posto algo novo. Por enquanto, deixo aqui o link do Blog da Angela, uma amiga minha que adoro. Ela me deixou em uma situação, para mim, inusitada, uma vez que me "forçou" a trocar de lugar e ser a entrevistada da vez, ao invés de inquirir eu mesma, minha fonte. Nesta feita, fiquei do outro lado do balcão e, provando do meu próprio veneno, em uma entrevista leve e gostosa, contei um pouco de mim. Quem estiver um pouquinho curioso, dá um pulinho por lá e aproveita pra conhecer a Angela, uma menina pra lá de especial e linda, podes crer! Beijos! Cliquem em:

http://angelasevergnini.blogspot.com/