quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Diante de um Sir ...

                                           Sim, é Ele!!

 

                       Nós curtimos cada nota, cada suspiro, cada palavra...                                          



Nunca pensei que estaria, um dia, no mesmo enquadramento que o Cara lá de cima!!


A tela em branco do computador sempre é um desafio. Estou desacostumada a escrever em primeira pessoa, no entanto, recentemente, fiz a matéria sobre o show do Paul McCartney assim, em primeira voz. Não gostei tanto do resultado, pois aquilo acaba ficando meio piegas já que temos a limitação das linhas, da fonte,  dos padrões editoriais da publicação, coisas que acabam comprometendo a real inspiração.

Por isso mesmo, ainda que tardiamente, venho aqui tentar dizer que aquele espetáculo (sim, foi literalmente, um espetáculo) não foi coisa desse mundo. Pessoas na mesma sinergia, cantando, chorando, gritando existem em todas as apresentações de bandas e afins. Mas aquilo era diferente.

Os profundos sentimentos que invadiram quem lá esteve tinham consciência do por que emergiam, assim, tão intensamente e de que aquilo que a retina de cada um registrava era quase um milagre acontecendo diante de si.

 Tratava-se de um momento raro, imagine a proporção disso, um Beatle, praticamente, em nossa sala de estar. “Ele veio ao nosso reino e fez a nossa vontade, assim na terra como no céu”!!! Os sonhos de umas 60 mil pessoas foram satisfatoriamente realizados naquele inesquecível, histórico, clássico e desbundante instante que durou três infinitas horas de puro deleite e prazer.

Não adianta ficar aqui a tecer histórias de como conheci os Beatles, de quanto suas canções foram importantes e blá, blá, blá, pois a maioria teve começos parecidos e nada acrescenta no tamanho do amor por eles que veio depois. Tá bom, fui apresentada aos quatro Caras, ainda na adolescência, por um de meus melhores amigos que sabia o que é bom em matéria de música.

 Hoje também sei escolher e o refinamento, adquiri ouvindo a discografia deles. Ainda é difícil crer que ele esteve dentro da minha casa e, sem avisar com a antecedência necessária para que me recompusesse do susto.

O intervalo de apenas um mês entre a divulgação do show, a louca compra de ingressos que rendeu uma noite na fila mais algumas boas novas parcerias, isso tudo junto à apresentação, serviu para que a adrenalina estivesse no nível máximo ao ver Sir. Paul, de camarote.

Sim, pois fui praticamente empurrada do meio para a primeira fila por uma senhora que se solidarizou com meu choro que tinha origem em ser baixinha, uma vez que quase nada enxergava. Só mesmo quando as cabeças e braços em minha frente deixavam escapar lacunas entre eles.

E o que falar de quando o vimos, a três passos, no hotel em que escutou pelo megafone que compramos - fruto da boa e velha vaquinha – nossos apelos para que aparecesse? Foi demais ver o aceno da janela e, depois, quando ia entrar no carro e subiu em sua lateral para que, por quatro segundos, cumprimentasse a todos nós, deixando um tsunami de alegria e pessoas devastadas de felicidade em um choro convulsivo, compreendido só por quem estava lá. Um sabia exatamente o que o desconhecido ao lado sentia. Eu estava lá, também vi. Vi um Beatle entre nós.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O Fantástico faz bem?

Gente, como é possível a emoção germinar, de repente, durante um furtivo pensamento? Foi assim, domingo desses, assistindo a uma matéria no Fantástico que as lágrimas desceram sem avisar. Vi ali, naquele texto e na experiência de um menininho de oito anos - o Enzo, que fez uma cirurgia para voltar a andar -, minha vida passar em 3D. Obviamente, a matéria era carregada de emoção pelo contexto no qual estava enredada.

Mas minha frestas da memória e do coração foram se abrindo enquanto enxergava aquele garotinho passar por coisas parecidas com as quais tive que trilhar na mesma idade dele, inclusive. Meu sentimento nasceu não do sofrimento de ter experimentado cirurgias e pós-operatórios para corrigir problemas ortopédicos raros, mas sim, de tomar a mais pura consciência de que segurando minha mão, limpando minhas lágrimas, me levando de táxi ou de carona para cima e para baixo (pois nunca tivemos carro em Brasília) desde que nasci, estava sempre, sempre, minha mãe. Essa mulher hoje turrona, difícil, teimosa, que fala grosso quando quer, mas que sabe amar como ninguém foi e é a pessoa mais importante da minha vida. Enquanto me enrolava em pequenos ou maiores problemas de saúde, era ela quem me tirava de cada um, com o cuidado que só as mães conhecem.

Claro que sabemos dessa condição materna, mas, só aos 38 anos, vendo a revista virtual da Globo, tive o lampejo profundo de quão é verdadeiro esse sentimento que nos une. Mais do que depressa, me invadiu a alma uma onda de imensa gratidão e de felicidade desencadeando um choro compulsivo. Na mente, passavam as imagens de tudo o que ela fez por mim a vida inteira, me acarinhando tanto em momentos de fragilidade, quanto de alegria.

Lembrei de quando construiu, com suas mãos de professora de Artes Industriais, uma casinha de boneca, um dos muitos sonhos que acalentei e ela realizou. Para tudo fazia surpresa, guardava mistérios, tecia fantasias, estimulando minha imaginação e adorando assistir às minhas reações. Sua boca era um túmulo, nunca deixava escapar antecipadamente o segredo do presente, do passeio, da viagem, ou da visita de alguém querido. Foi bom, pois, quando chegava a hora, minha alegria ia ao extremo e os batimentos cardíacos retumbavam no peito como um bumbo descompassado. A Páscoa sempre tinha o coelho escondido em algum lugar da casa. Aguçava tanto minha mente, que até hoje, já adulta, juro ter visto um baita coelhão, de madrugada, escondido embaixo da minha cama, agarrado com a cesta de chocolates. (Há quem diga que já era o Xistian, ensaiando para no futuro me roubar as guloseimas pascoais. Hehehehe...) Ela me deu os melhores brinquedos, me presenteou com uma cabana de verdade, depois de me ver fazer tantas e tantas com cobertores e redes, presas por cabos de vassouras, nas poltronas da sala. Recordo-me de ser imperativa nos temas de casa e em insistir para que fosse boa aluna e, por ela, fui. (Pena o feito ter durado tão pouco...).

Quando estive no hospital, por vezes (algumas quase abandonando a vida), foi ela e só ela, que estava lá, lutando por mim. Lembro de entrar na sala de cirurgia e ter como a última imagem, o rosto dela. Depois, na recuperação, me dando força nas fisioterapias, bronqueando quando fazia tudo errado, o que contribuiu para que nunca, nunca mesmo, fosse mimada. Até de vara cheguei a apanhar (duas vezes), de tão peralta que era, mas agradeço cada palmada, chineladas “havaiânicas”, beliscões e puxões de cabelo os quais sei, foram dados por amor e nada mais. Assim como os incontáveis castigos dos quais fui refém na infância e na adolescência. De repente, me toquei que essa mulher guerreira, a qual tanto admiro, que fez muito por diversas pessoas também, infelizmente sem ser valorizada, é minha mãe e só minha. Fiquei tão agradecida por pertencer a ela, ter vindo “de suas entranhas”, como diz o Xistian sobre sua progenitora. Ao pensar sobre tudo isso, chorava e me sacudia, mas de pura felicidade por ainda tê-la, do meu ladinho. "És parte ainda do que me faz forte...", já dizia meu xará, o Russo.

Depois de ter que explicar ao preocupado namorado o surto repentino, corri ao telefone e agradeci a ela por tudo, disse que a amo muito e que sem ela nada seria. Ela é minha vida, meu tudo, quero cuidar dessa mulher todo dia e lhe dar carinho, afeto, beijinhos e abraços. Na outra ponta da linha, como resposta, emoção. Disse-me reciprocidades e fortalecemos os votos de mãe e filha. Ufa, como às vezes, faz bem assistir ao Fantástico.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

NADA DE AFLIÇÕES...



Hoje não sei o que me aflige. Apenas o que me deixa feliz e, nesse quesito, os itens são infinitos. Afligem-me muitas coisas, assim mesmo, no plural. Talvez, por isso, não saiba o singular dessa questão. O tempo, pontual e atleta que não para de correr, é um dos motivos para certas angústias. Também sofro pelo incerto futuro, pelas escolhas, por engolir pererequinhas diárias, por ainda, a essa altura do campeonato, ser incapaz de aprender a dizer não, daqueles enfáticos, sabe? No máximo, balbucio um não tremido, sem força, cheio de sinuosas curvas e de suspiros. Medo terrível de perder minha mãe, meu amor e meus amigos.

No entanto, deixando de lado aflições e angústias naturais do ser humano, posso bradar, com todas as letras e sons, que sou sim, e muito, feliz. Meu namorado, jornalista como eu, o Christian Bueller, para a massa e Xistian, para mim e alguns amigos, assina uma coluna semanal no Correio de Gravataí, às sextas-feiras. A de hoje (27/08/2010) versa sobre a felicidade e nos força a refletir sobre nossas reclamações diárias, muitas vezes, despropositais. Ele se inspirou em uma doce menininha, a Amanda, que é prisioneira dos próprios sentimentos, já que uma síndrome a impede de sorrir e de chorar. A pequena não pode nem contar com as pernas para correr e extravasar alegria ou tristeza, tampouco com os braços, que lhe faltam desde o nascimento. Ainda assim, isso nunca foi empecilho para chegar aos 12 anos, mesmo com dificuldades, e ter um dos melhores abraços do mundo, segundo relato do Xistian (cujo abraço eu considero o melhor do mundo, já que o de Amanda ainda não experimentei). Mesmo que tenhamos lá nossos percalços no dia-a-dia, é mais que importante perceber o lado positivo de tudo o que nos cerca, pois tem gente envolta em situações muito mais sérias e complicadas que as nossas.

Perto dela, tenho vergonha de revelar alguma tristeza ou reclamar que tenho problemas. Meu umbigo berra, em alto e bom som, que tenho mais é que agradecer, pois sou imensamente feliz por ser exatamente quem sou. Quem puder ajudar a Amandinha que sorri com o coração pode ligar para 3486-2252 (Raquel) ou 9189-0571 (Elizete). Quem quiser ler a matéria, tem que pesquisar no site do Correio de Gravataí, edições anteriores do dia 25 de agosto. A coluna sobre a felicidade é do dia 27 do mesmo mês. Deixemos nossos corações mais felizes ajudando alguém, comecemos pela amada Amandinha.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Provando do próprio veneno...

Gente!!!

Estou em falta, eu sei bem disso! Mas as ideias estão aqui, pulando, só falta expulsá-las, devidamente, para a tela. Aguardem mais um pouquinho que já, já posto algo novo. Por enquanto, deixo aqui o link do Blog da Angela, uma amiga minha que adoro. Ela me deixou em uma situação, para mim, inusitada, uma vez que me "forçou" a trocar de lugar e ser a entrevistada da vez, ao invés de inquirir eu mesma, minha fonte. Nesta feita, fiquei do outro lado do balcão e, provando do meu próprio veneno, em uma entrevista leve e gostosa, contei um pouco de mim. Quem estiver um pouquinho curioso, dá um pulinho por lá e aproveita pra conhecer a Angela, uma menina pra lá de especial e linda, podes crer! Beijos! Cliquem em:

http://angelasevergnini.blogspot.com/

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Era Tarde...

Olhos semi-cerrados já estavam.
Pensamentos sob forma de reflexos iluminados não encontravam paradeiro...

A fronha incomodava...
O escuro gritava para afugentar o sono...

O despertar e o correr para as linhas e a tinta era inevitável. Algo me aguardava, ansioso, inquieto ali no sofá!!
De repente, um passear de sinapses desordenadas acontece velozmente, feroz na mente...

A respiração muda. A euforia inunda tudo!
Você me inebria de palavras e com elas me calo!! Escuto! Sinto! Vibro! Renasço!

Escrito em fevereiro de 2007...  e, ora ou outra, ainda me sinto assim...

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Palavrinhas...




Quis não dizer palavras, mesmo que elas estejam pulando dentro de
mim. Mas elas se encontram tão desordenadas, tão sem rumo, que
prefiro não expulsá-las... acabariam sendo incompreendidas de tão
mal(ditas)!!
Às vezes penso que elas são que nem notas musicais, das quais você
bem entende... é necessário que repousem no fundo da viola para que
ao saírem, possam em harmonia, encantar...
Acho que é isso... bingo!!

Acabo de enterder-me!!! Minhas muitas palavras estão me sufocando e
se atropelando na garganta, pois querem sair. Como não as solto,
elas me causam desconforto. É neste exato momento que nasce a
vontade de escrever... de novo..!!
Quando a boca não é mais o caminho normal para elas, eu começo a
querer escrever...

Acho que você tem responsabilidade nisso!! Novamente, obrigada!!
Pois mesmo que o texto nada diga pra outrem, para mim diz... eu me
vejo nos conjuntos de sílabas... em cada uma...
O pensamento cria as palavras que se rebolam pelo esôfago e disputam
espaço na garganta...elas querem ser proferidas, mas ainda estão
imaturas, cruas... nuas...

Olhares... deixemos eles falarem sem palavras... pois eles, eles vão
bem mais longe...tocam bem antes que nós o horizonte!!!
Beijos quiçá, mais macios que os seus...

Janeiro de 2007... ainda sinto tudo isso, mas hoje essas palavras de outrora já encontraram morada e estão  felizes, ora nos teus ouvidos, ora em teu coração....

terça-feira, 30 de março de 2010

Não caibo nos 38

Minhas roupas, até três meses atrás eram do tamanho P, PP ou 34, no caso das calças. De repente, depois de ter o mesmo manequim e peso por mais de 20 anos, vi, estarrecida, algumas peças teimarem em não mais me vestirem. Veio então o problema: não caibo mais nos 34 e os 36 ficam folgados.

Em um primeiro momento, nada entendi, uma vez que nem mesmo havia passado a encher mais o prato. Ao final do primeiro mês, notei que não foram apenas minhas medidas que ganharam quase quatro escandalosos quilos. Outras coisinhas mudaram como algumas ruguinhas a mais em novos cantos do rosto, mais cansaço para o dia-a-dia, um certo ranzizar que faz vaivém no meu humor e que antes faltava a todas essas aulas.

Quando fiz 29 anos, me lembro bem de todas as sensações e dúvidas que incorreram entre meus neurônios. A aproximação contundente dos 30, me dava a certeza de que a fase menina, definitivamente, acabara. Foi a primeira vez em que notei nada poder fazer contra o tempo, que urge, à revelia de todos. Perguntava-me, naquela ocasião, quais seriam meus rumos pessoais e profissionais, o que conseguiria plantar, então, para colher mais tarde? Hoje sei quais foram e que me enganara, pois a menina resistira, bravamente.

Enfim, os arredondados 30 chegaram mais leves do que eu jamais sonhara, sem alarde, sem complicações. Ao contrário, vieram cheios de vida, de novas expectativas e de preciosas mudanças positivas.

Bom, acontece, que nesse março ora chuvoso, ora caudaloso, completei meus nada fofos nem mesmo redondos 38. Nada de mais, uma vez que foram bem-vividos, e super aproveitados em todos os sentidos. Fiz amigos sinceros e alcancei o amor verdadeiro nessa jornada. E esse é só o começo.
Cheguei ao alto dessa idade (só assim fico alta) percebendo que adquiri maturidade para muitas coisas, sem deixar me endurecer por ela, mantendo minhas características infanto-juvenis, o que eu tanto prezo, mesmo que muitos não concordem. Mas, ao contrário dos 30, os 40 que acenam logo ali, na esquina do tempo, parecem um tanto quadrados e difíceis de aceitar, em um primeiro momento. Não sei exatamente o que eles trazem e quais suas funções na minha alma. Daqui para frente, o que vai significar tê-los? Será que serei obrigada a assumir uma postura que não é minha e que não me cabe? O medo é justamente ter que deixar de ser alegre, juvenil ou permanecer assim, e carregar culpa por não “ter mais idade para isso ou aquilo”.

Acabo de descobrir o motivo desse medo: meu layout não combina com a idade cronológica que minha carteira de identidade me revela. Não pareço nem penso como alguém que fará 40 em breve. E não que isso seja pejorativo ou signifique envelhecer além da conta. Não. Apenas sou informal demais, risonha e feliz demais para sentir a idade consumindo as beiradas do meu físico que, inevitavelmente, esmorece. Deve ser por isso, que as mulheres piram com o passar do tempo. Como ter 40, 50, 60, se muitas de nós somos por dentro, as mesmas meninas e adolescentes que gostam de tomar banho de chuva, de falar palavrão, de dançar, de comer sorvete se lambuzando, rir de besteira, de ir a shows de rock, curtir um lindo entardecer e ter hora e outra, atitudes pra lá de infantis? Realmente, não caibo nos meus 38. Quem cabe?

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Frágeis laços...



Mesmo andando de mãos dadas com a alegria quase que diariamente, às vezes a tristeza e a melancolia fazem uma visitinha, ainda que seja “de médico”. Não sou afeita a ficar macambúzia, ao contrário, tento olhar o lado positivo de tudo o que nos acontece.

Mas há fatos que inevitavelmente mexem com o emocional, principalmente quando versam sobre questões de relacionamentos entre humanos. Falo não apenas dos que unem ou separam homens e mulheres apaixonados, mas também das relações entre pais e filhos, amigos, irmãos. Enfim, todas as interseções e combinações possíveis.

Noto, quando são precários os laços, que faltam alguns ingredientes e nem sempre é o amor. Pode ser que este até sobre. Aponto, sim, a ausência de comunicação, de diálogo, de olho no olho como um dos itens mais responsáveis pelo desgaste de qualquer relação, até mesmo no trabalho.

Sou muito tudo. Menos só no tamanho, para quem me conhece. Mas costumo ser muito amiga, muito solícita, muito carinhosa, muito falante, muito inconveniente, muito agitada, muito dorminhoca e muito feliz.

Por isso mesmo me pego surpresa, quando percebo frieza, distância, como resposta à saudade, ao carinho, ao amor dispensado por toda uma vida em comum... sinceramente, gostaria muito de entender quando pessoas do teu próprio sangue se afastam sem te explicar o motivo. Por quê???

Odeio mentiras, saídas tangentes afora... a pior coisa é sentir-se só dentro do próprio nicho familiar. Entender que você ama imensamente sozinho, que deseja abraçar e rever alguém do fundo do coração, mas a vontade não é recíproca... ou seja, os laços estão enfraquecidos sabe-se lá porquê...
Quando há uma discussão, uma briga, você sabe a razão, mesmo que esteja com a verdade, houve um ponto de tensão. No entanto, nada tendo ocorrido, pelo menos conscientemente, é difícil entender sem ouvir, sem a verdade ser detalhadamente confrontada com os envolvidos no imbróglio. Mas quando tem a absoluta certeza de que nada fez para contribuir com essa situação, a angústia de não obter respostas é maior, muito maior.

Acho que é por isso que existe a máxima comum de que amigos verdadeiros são os irmãos que podemos escolher, pois os outros vêm a nossa revelia. Família é coisa gostosa, mas complicada. Qualquer uma pode se tornar seu porto seguro ou o seu barco furado.

Ando chegando à conclusão de que sempre tapei o sol com a peneira, disfarçando para mim mesma constrangimentos acontecidos nas minhas fuças viver afora.

Hoje tenho muita dor no peito, mas tomei a decisão de gostar e tratar bem quem gosta de mim e de alguma forma consegue mostrar isso, com um abraço, um telefonema, um scrap, um aceno, um sorriso e até com lágrimas. Mesmo que sejam manifestações esporádicas. Não importa o tempo, nem a distância, mas a intensidade e a qualidade do sentimento.

Valorizar quem me quer bem é o melhor presente, o melhor caminho. Não adianta forçar a barra para ser aceita por alguns parentes. O amor gratuito que sentirá por eles vai estar ali, aceso embaixo dos escombros que deixaram em teu coração. A porta de um amigo sempre vai abrir quando você bater e precisar contar sobre sua felicidade ou fraquezas.

Superar essas dores será o principal desafio de 2010, pois o resto já tenho: meu amor, minha mãe, meus amigos, meu cachorro e poucos familiares que conseguiram ultrapassar o limite do sangue e se tornaram mais amigos que parentes. Que realmente se preocupam e torcem por você. Talvez esse seja o caminho certo. Ou não. Tenho 11 meses para descobrir, só sei que calada, engolindo aflições, não fico mais. Deixo, esse ano, de ser "Polyanna"! Pelo menos, um pouco!


Laços fortes e eternos...

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Buzina, pra quê?




Como já mencionei em outro post, dirijo há 10 anos e frequento Gravataí desde 2006. Agora ainda mais, pois moro nessa cidade, onde também trabalho. Portanto, circulo muito de carro ruas esburacadas afora. E põe buracos nisso, meu Deus! De todos os tipos e tamanhos. Pois foi só aqui, depois que comecei a perpassar diariamente esse mar de crateras urbanas, que percebi algo, no mínimo, inusitado. Buzinar, pelo menos na Aldeia dos Anjos, ofende. E muito! Não importa a intenção nem tampouco a intensidade. Mesmo uma sutil e curta cutucada na buzina, acarreta uma reação que pode acabar até em tragédia. É sério!

Bom, não melhor do que ninguém, sei que a cidade é negativamente famosa por não ter muitas calçadas à disposição dos transeuntes e, por isso, criou-se uma arraigada cultura em que as pessoas andam, não no canto dos meios-fios, mas no meio da rua mesmo, ocupando o lugar dos carros. Sei que o problema de não haver calçadas adequadas existe, é real, como ilustra a foto acima. Mas deveria haver o bom senso da segurança.

Fui escoteira (sou escoteira, pois segundo o lema, uma vez escoteira, sempre escoteira!) e aprendi que quando se faz uma caminhada em ruas ou avenidas em que não existem passarelas ou passeios públicos, o indicado é fazer como ensinam também no maternal, na hora de encontrar o recreio: andar em fila indiana, ou seja, como caminham os índios nas estreitas trilhas no meio da mata, um atrás do outro. E nunca, nunca, um ao LADO do outro!!!

Ao me deparar com cinco pessoas ladeadas em uma rua que acabara de adentrar, me dei o direito de tocar, como já disse, sutilmente, de leve, na buzina, produzindo um silvo curto, servindo apenas de alerta. É como se quisesse dizer-lhes: “Olá, estou em um carro e estou passando, cuidado, já que vocês não possuem retrovisores, nem mesmo o pisca. Não façam movimentos bruscos, prestem atenção, pois algo que pode matar está perto de vocês” – afinal, “o carro é uma arma”, como costuma assegurar meu namorado.

Mas, irremediavelmente, ao ouvir o som, essas pessoas têm o ímpeto de me atacar, de me xingar. Juro que não entendo o motivo de tão forte ofensa e pessoal! Certo dia, não faz muito, um homem que ocupava toda a rua com sua parceira e mais três crianças, quis acertar meu pobre carro com um guarda-chuva. Aí eu me pergunto o tempo todo: para quê diabos foi fabricada a buzina então? Para qual finalidade ela existe? Será que é só para atazanar a vida das pessoas em um congestionamento, justo quando nada podemos fazer, a não ser soltar a máxima: “passa por cima!”

Ou quem sabe, buzinar para mulheres na rua, ou, ainda, na frente de hospitais. Para avisar sobre um iminente perigo, aí não pode e vira ofensa? Sei que há quem use a peça sonora para agredir outros motoristas, claro que há, mas não é a essa situação que me refiro e sim, especificamente sobre a relação de transeuntes inconsequentes e buzinas cautelosas. Realmente não entendo. Alguém mais entendido que eu poderia me esclarecer essa estranha reação humana? Façam o teste e me digam se não foram quase apedrejados. Enquanto isso, bom, sigo buzinando. Sutilmente.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Bem-vinda, rotina!


As férias se despedem...


Mesmo que pequenas, as férias servem para que o cérebro arranje folga dos afazeres mecânicos a que está acostumado. Estive por 10 dias longe do trabalho, mas o mundo está tão acelerado que não senti repousar em mim, o real descanso, aquele que nutre o organismo e limpa o HD da memória cotidiana. Em contrapartida, pude estar pertinho dos que mais amo por um tempo maior, ainda que não tenha sido o suficiente. Tudo esteve a contento, a não ser pelo transtorno de passar quatro horas dentro do carro, em um congestionamento causado simplesmente pelo acúmulo de pessoas dentro de automóveis transitando no mesmo local. Ainda bem que meu amor, que me acompanhava, sabia, como ninguém, alternar o silêncio com as palavras e as músicas certas para apaziguar o clima. Sorte que nutrimos uma boa relação, caso contrário, seria um ótimo momento para que brigas se estendessem, já que tempo não faltou!


Parece que a população inteira de Tramandaí decidiu, naquele dia, pegar o mesmo caminho que nós e quase nada amainava a sensação de desespero, de impotência em andar um metro a cada 10 ou 15 minutos. Conto aqui essa exeperiência que muitos como eu tiveram, pois fiquei impressionada, uma vez que dirijo há 10 anos e nunca havia passado por algo parecido. Sei que estamos sujeitos a filas para tudo sempre, mas até para ir à padaria, naquela praia, havia o perigo de só conseguir regressar ao lar após duas horas! Era angustiante ver ambulâncias tentando abrir passagem com suas berrantes sirenes, em vão. Pensava: "meu Deus, quem será que vai ali? Será grave e consegue aguentar?" Sem falar que quando conseguimos sair daquela loucura e pensamos em comprar algo para comer, eram mais horas intermináveis em uma fila igualmente eterna e quase imóvel.


Praia pequena, cujos comerciantes não imaginavam receber tamanho volume de pessoas ávidas por consumir pastéis, sorvetes, xis, entre tantos outros produtos. Não se prepararam com funcionários extras, com mais ventiladores, com máquinas de cartões e, principalmente, com sorrisos para bem atender, item fundamental, ao meu ver. Todos se acotovelavam, limpavam o suor, bufavam, perguntavam e não obtinham respostas. Isso tudo ocorrendo em meu penúltimo dia de férias... cheguei em casa só às 23h, extremamente exausta! No dia seguinte, precavida, rumei para Gravataí com a família ao serem anunciados os primeiros raios de sol e acertei! Nada de congestionamento.


No entanto, o último dia do pseudo descanso, foi de pura tentativa em recuperar as forças esvaídas um dia antes. Afinal, o sol se pôs na praia e lá ficou. Acordei hoje, segunda-feira, com a rotina batendo na porta do quarto, avisando-me que o trabalho me aguardava e com uma fina chuva que amainou o calor e varreu a poeira do desânimo, levando-o para bem longe, afinal, 2010 está a pleno e não espera a ficha cair. Essa é a graça da vida, começar tudo de novo, sempre! Vamos lá, quem me acompanha?