quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Diante de um Sir ...

                                           Sim, é Ele!!

 

                       Nós curtimos cada nota, cada suspiro, cada palavra...                                          



Nunca pensei que estaria, um dia, no mesmo enquadramento que o Cara lá de cima!!


A tela em branco do computador sempre é um desafio. Estou desacostumada a escrever em primeira pessoa, no entanto, recentemente, fiz a matéria sobre o show do Paul McCartney assim, em primeira voz. Não gostei tanto do resultado, pois aquilo acaba ficando meio piegas já que temos a limitação das linhas, da fonte,  dos padrões editoriais da publicação, coisas que acabam comprometendo a real inspiração.

Por isso mesmo, ainda que tardiamente, venho aqui tentar dizer que aquele espetáculo (sim, foi literalmente, um espetáculo) não foi coisa desse mundo. Pessoas na mesma sinergia, cantando, chorando, gritando existem em todas as apresentações de bandas e afins. Mas aquilo era diferente.

Os profundos sentimentos que invadiram quem lá esteve tinham consciência do por que emergiam, assim, tão intensamente e de que aquilo que a retina de cada um registrava era quase um milagre acontecendo diante de si.

 Tratava-se de um momento raro, imagine a proporção disso, um Beatle, praticamente, em nossa sala de estar. “Ele veio ao nosso reino e fez a nossa vontade, assim na terra como no céu”!!! Os sonhos de umas 60 mil pessoas foram satisfatoriamente realizados naquele inesquecível, histórico, clássico e desbundante instante que durou três infinitas horas de puro deleite e prazer.

Não adianta ficar aqui a tecer histórias de como conheci os Beatles, de quanto suas canções foram importantes e blá, blá, blá, pois a maioria teve começos parecidos e nada acrescenta no tamanho do amor por eles que veio depois. Tá bom, fui apresentada aos quatro Caras, ainda na adolescência, por um de meus melhores amigos que sabia o que é bom em matéria de música.

 Hoje também sei escolher e o refinamento, adquiri ouvindo a discografia deles. Ainda é difícil crer que ele esteve dentro da minha casa e, sem avisar com a antecedência necessária para que me recompusesse do susto.

O intervalo de apenas um mês entre a divulgação do show, a louca compra de ingressos que rendeu uma noite na fila mais algumas boas novas parcerias, isso tudo junto à apresentação, serviu para que a adrenalina estivesse no nível máximo ao ver Sir. Paul, de camarote.

Sim, pois fui praticamente empurrada do meio para a primeira fila por uma senhora que se solidarizou com meu choro que tinha origem em ser baixinha, uma vez que quase nada enxergava. Só mesmo quando as cabeças e braços em minha frente deixavam escapar lacunas entre eles.

E o que falar de quando o vimos, a três passos, no hotel em que escutou pelo megafone que compramos - fruto da boa e velha vaquinha – nossos apelos para que aparecesse? Foi demais ver o aceno da janela e, depois, quando ia entrar no carro e subiu em sua lateral para que, por quatro segundos, cumprimentasse a todos nós, deixando um tsunami de alegria e pessoas devastadas de felicidade em um choro convulsivo, compreendido só por quem estava lá. Um sabia exatamente o que o desconhecido ao lado sentia. Eu estava lá, também vi. Vi um Beatle entre nós.